“Eu quero desistir de advogar”

Nem sei quantas vezes já se passou pela minha cabeça essa frase. Já pensei inúmeras vezes em estudar somente para concurso público – embora financeiramente inviável.

No início da faculdade eu me lembro de ter ouvido muitas vezes as pessoas me falarem que o direito abria muitas portas e havia muitas possibilidades de trabalho futuramente, mas hoje eu enxergo apenas uma: a profissão é para os fortes. Quem não encarar todas as nuances de ser advogado, desiste.

Os juízes, promotores, delegados e demais membros dos poderes não nos enxergam como essenciais à justiça, mas normalmente como empecilhos para os seus trabalhos. Ou resistimos ou morremos.

Advogar é uma arte. Requer amor à profissão, destemor, persistência, resiliência. Não basta ser o melhor aluno da classe e sentar na primeira fila por cinco anos, é preciso muito mais. No início não entendemos a grandiosidade da profissão, o quanto exercemos um trabalho de utilidade pública, mas é no advogado que todos buscam amparo quando as injustiças batem à porta, quando às incertezas de um futuro digno e bom encontram as pessoas mais necessitadas.

Você está realmente pronto para isso? Para mudar a vida de alguém e fazer a diferença positivamente? Veja bem, não estou dizendo que você não pode ser um advogado que faz simplesmente o trabalho para o qual fora contratado, mas você não gostaria de ir além e de ser aquela pessoa humana, justa, que todos buscam amparo? Eu sei que sim.

O advogado não pode se tornar advogado porque todas as outras coisas não deram certo, porque isso não será suficiente: para você, para ninguém. Você deve continuar na profissão porque ama o que faz, porque se sente feliz quando faz um trabalho bem feito e porque sente uma gratidão imensa em saber que mudou a vida de alguém.

Fora isso, não vale a pena. Fora isso, é só ser advogado, sem ser profissão, vocação.

E você está pronto pra isso?

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